Queda na batata, cebola e arroz segura inflação em 0,26% em julho

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,26% em julho de 2025, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi influenciado principalmente pela queda nos preços de alimentos essenciais, que compensaram aumentos em outros setores.
Em julho de 2024, a taxa foi de 0,38%. No acumulado do ano, o IPCA alcança 3,26%, e nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,23%, abaixo dos 5,35% registrados no período imediatamente anterior.
Alimentos puxam deflação no grupo de maior peso
O grupo Alimentação e Bebidas, o de maior peso no cálculo do IPCA, registrou queda de 0,27% no mês, puxado por reduções expressivas nos preços de itens básicos:
- Batata-inglesa: -20,27%
- Cebola: -13,26%
- Arroz: -2,89%
A forte queda nos preços da batata e da cebola reflete a entrada de safras regulares no mercado, com oferta ampliada após períodos de escassez. O arroz também apresentou bom abastecimento, com produção estável e estoques suficientes.
Vestuário também contribui para controle da inflação
Outro grupo que ajudou a segurar a inflação foi o de Vestuário, com variação negativa de 0,54%. As roupas femininas caíram 0,98% e as masculinas, 0,87%, influenciadas por promoções de inverno e ajustes de estoque no varejo.
Pressões regionais e setoriais
Apesar da queda geral nos alimentos, houve variações regionais significativas:
- São Paulo teve a maior alta regional: 0,46%, impulsionada por passagem aérea (+13,56%) e energia elétrica residencial (+10,56%)
- Campo Grande (MS) registrou a menor variação: -0,19%, com destaque para a queda de 33,84% na batata-inglesa e redução de 1,39% na energia elétrica
Cenário futuro: impacto do tarifaço de Trump
A desaceleração da inflação ocorre antes da entrada em vigor do “tarifaço” de Donald Trump, que impõe tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA. Embora o impacto inicial seja sobre exportações, especialistas alertam que a medida pode afetar o mercado interno.
Produtos como café e carne bovina, cuja demanda externa pode diminuir, podem ficar mais baratos no Brasil devido ao redirecionamento da oferta para o mercado doméstico. No entanto, isso dependerá da capacidade de absorção do consumo interno e da reação dos preços ao longo dos próximos meses.