Os perigos de pular o café da manhã: O que a ciência diz sobre sua saúde

Os perigos de pular o café da manhã: O que a ciência diz sobre sua saúde

Com a chegada das confraternizações de dezembro, o consumo de bebidas alcoólicas registra uma alta sazonal. No entanto, a psiquiatra Alessandra Diehl, da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abad), alerta que não existe nível seguro para a ingestão de álcool. Além dos danos físicos imediatos, como intoxicações e quedas, o excesso da substância compromete o juízo crítico, elevando os riscos de acidentes de trânsito e episódios de agressividade familiar.

Um dos pontos mais sensíveis destacados pela especialista é a “falsa anestesia” emocional. Muitas pessoas recorrem à bebida para mascarar a ansiedade ou frustrações típicas do encerramento de ciclos, mas o efeito rebote pode agravar quadros de depressão. Para quem está em recuperação da dependência, a glamourização do brinde nas festas torna-se um gatilho perigoso, exigindo que a bebida não seja a protagonista das celebrações.

Consumo entre adolescentes em alta

Dados do 3º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III), divulgados em 2025 pela Unifesp, revelam um cenário alarmante para os jovens brasileiros. Enquanto o consumo regular entre adultos caiu ligeiramente, o “binge drinking” (consumo pesado de 60g ou mais de álcool em uma única ocasião) entre menores de idade saltou de 28,8% em 2012 para 34,4% em 2023.

A psiquiatra reforça que o cérebro adolescente, ainda em desenvolvimento, sofre danos estruturais mais graves, afetando o controle de impulsos e a memória. Ela critica a postura permissiva de pais que oferecem bebidas “sob supervisão”, reiterando que a lei proíbe a venda e o consumo para menores de 18 anos.

Riscos da mistura com medicamentos

A combinação de álcool com remédios comuns pode ser fatal ou anular tratamentos:

  • Antibióticos: Podem causar vômitos, palpitações e dificuldade respiratória.

  • Antidepressivos e Ansiolíticos: Potencializam a sedação, podendo levar ao coma.

  • Analgésicos (Paracetamol): Elevam drasticamente o risco de hepatite medicamentosa.

  • Anti-inflamatórios: Aumentam a chance de úlceras e sangramentos gástricos.

Vigilância infantil

Outro alerta urgente é para a redução da supervisão de crianças. Pronto-atendimentos pediátricos registram aumento de casos de crianças que ingerem restos de copos deixados por adultos alcoolizados, o que pode causar hipoglicemia grave e convulsões em organismos pequenos.

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