MS ocupa 3° lugar no ranking de mortes violentas do país

Mato Grosso do Sul está entre os três estados mais violentos do Brasil quando se trata de mortes por violências e acidentes, é o que revela o levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem (25). A taxa registrada é de 629,5 óbitos, número acima da média nacional, que é de 250,6.
De acordo com a pesquisa, a taxa de incidência de violência entre jovens de 15 a 29 anos em MS é de 629,5 casos para cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Distrito Federal (696,1) e do Espírito Santo (637,8).
A pesquisa também destacou que os maiores riscos estão concentrados em jovens de 20 a 24 anos, período em que costumam começar a trabalhar, estão mais sujeitos a uma morte violenta, principalmente em estados do Norte e Nordeste, como o Amapá (447 mortes por 100 mil) e a Bahia (403).
Principais mortes
De acordo com o 1º Informe epidemiológico sobre a situação de saúde da juventude brasileira: violências e acidentes, a principal forma de violência sofrida por jovens brasileiros foi agressão física (47%), seguida da violência psicológica/moral (15,6%) e pela violência sexual (7,2%).
Armas de fogo e acidentes de motocicleta têm peso significativo nas causas de mortalidade juvenil, especialmente nos municípios localizados fora das regiões metropolitanas.
Quando se trata de acidentes de trânsito, os homens representam 84% das vítimas. Na metade desses casos (53%), o meio de transporte foi a motocicleta. Ainda assim, a principal causa de morte violenta na juventude, seja para homens ou mulheres, são as agressões com armas de fogo.
Na pesquisa foram utilizados os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022 e 2023.
Em contraste, essas causas representam apenas 10% do total de óbitos do conjunto da população brasileira. Mais de um terço dos casos de violência notificados no SUS vitimaram jovens (36%).
Para a Fiocruz, é importante não ver a juventude de maneira homogênea. “No curso da vida juvenil, as questões de saúde, incluindo as violências, incidem de maneira diferente se a pessoa jovem está no início, no meio ou no fim desse ciclo. É fundamental identificar, portanto, as necessidades em saúde mirando as distintas subfaixas de idade”, destacou André Sobrinho, Coordenador de Saúde.
No cenário estadual, o Correio do Estado noticiou dados alarmantes de mortes no trânsito, uma das citadas na pesquisa. Em cinco anos, de acordo com dados das Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul as mortes no trânsito do estado cresceram 14,79%, indo de 257 óbitos em 2019 para 295 em 2024.