Manifestações da esquerda e da direita acontecem no Dia da Independência do Brasil, em Campo Grande

Neste domingo (7), dia da Independência do Brasil, além do tradicional desfile cívico-militar, o centro de Campo Grande também vai receber duas manifestações distintas, sendo uma organizada por parlamentares bolsonaristas de Mato Grosso do Sul, como parte do Movimento Reaja Brasil, e outra encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em apoio ao ato nacional “Povo Independente é Povo Soberano”.
Conforme já divulgado pelo Correio do Estado, a última vez que os bolsonaristas se reuniram em Campo Grande foi no dia 3 de agosto, quando o movimento ultrapassou as expectativas e reuniu mais de 10 mil pessoas.
Mais de um mês depois, os parlamentares da direita sul-mato-grossense como a vereadora Ana Portela (PL), vereador André Salineiro (PL) e vereador Rafael Tavares (PL), prepararam mais um evento pró-bolsonaro, que está marcado para acontecer neste domingo (7), a partir das 16 horas, em frente ao Bioparque Pantanal, nos altos da avenida Afonso Pena, em Campo Grande.
A manifestação acontece em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e em alusão ao feriado de Independência do Brasil.
Por outro lado, no mesmo dia, da manifestação bolsonarista e quase no mesmo horário do desfile cívico em comemoração a Independência do Brasil, está marcada para acontecer uma manifestação da esquerda, organizada em apoio ao ato nacional “Povo Independente é Povo Soberano”.
O movimento da esquerda brasileira intitulado como o “31° Grito dos Excluídos” é voltado a defender os “interesses nacionais das ameaças à soberania e fortalecer a democracia”.
Juntamente com o partido, o ato é uma união entre as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, centrais sindicais, União Nacional dos Estudantes, partidos progressistas, representações religiosas e movimentos sociais.
De acordo com residente nacional do PT, Edinho Silva, realizar o movimento no mesmo dia da Independência do Brasil é uma maneira de incentivar um Brasil soberano. “Vamos mobilizar para o 7 de setembro para que a gente possa levar para as ruas a nossa manifestação de construção de um Brasil soberano, de um Brasil que pertença ao povo brasileiro e de um Brasil mais justo e igualitário”, disse.
Na Capital, a manifestação acontecerá a partir das 8 horas, no cruzamento da rua 13 de Maio com a Rua Dom Aquino. O desfile cívico está marcado para começar às 8h45 ao longo da Rua 13 de Maio.
“Vamos mostrar para o país que nós somos contra os golpistas e queremos Bolsonaro na cadeia”, ressaltou o presidente do Diretório Municipal do PT Campo Grande, Agamenón do Prado.
De acordo com Agamenón, o movimento está sendo organizado por centrais sindicais e pelos partidos com viés de esquerda como PDT, PSB, PT, PCdoB, PV, UP, PCD.
“Nós estamos convocando os trabalhadores, trabalhadoras e todos aqueles que querem lutar pela nossa democracia a se unirem a nós a favor da soberania, da democracia, a favor da taxação dos super ricos, contra a escala 6×1 e a favor do projeto de isenção do imposto de renda para aqueles que recebem até R$5 mil”, explica Agamenón.
ACUSAÇÕES
As manifestações acontecem em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelas acusações de organização criminosa, tentativa de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, que pode levar a uma pena de 43 anos de reclusão e inelegibilidade de Bolsonaro.
Para o presidente estadual do PT, o deputado Vander Loubet, o julgamento do ex-presidente está seguindo todo o rito jurídico necessário e que não deve atrapalhar as eleições gerais do próximo ano.
“Ele está tendo direito a um julgamento imparcial e baseado em provas, coisa que o presidente Lula não teve, pois o ex-juiz Sérgio Moro estava em conluio com setores do MPF [Ministério Público Federal], manipulando e direcionando todo o processo que fez com que Lula fosse preso, Bolsonaro fosse eleito e ele [Moro] se tornasse ministro da Justiça”, afirmou ao Correio do Estado, relembrando que Bolsonaro já está inelegível por conta de outras ações, então “a prisão – ou não – dele não deve afetar aqui o que está se desenhando para 2026”.
JULGAMENTO BOLSONARO
Ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, nos dias:
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- 2 de setembro (9h às 12h e 14h às 19h )
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- 3 de setembro (9h às 12h)
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- 9 de setembro (9h às 12h e 14h às 19h)
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- 10 de setembro (9h às 12h)
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- 12 de setembro (9h às 12h e 14h às 19h)
QUEM SÃO OS RÉUS?
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- Jair Bolsonaro: ex-presidente, apontado como líder do esquema.
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- Generais do Exército: Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.
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- Ex-ministros: Anderson Torres (Justiça), almirante Almir Garner (Marinha), Alexandre Ramagem (Abin) e tenente-coronel do Exército Mauro Cid (ajudante de ordem).