Mais de 14 milhões de pessoas superam a pobreza em dois anos, aponta estudo

O número de famílias em situação de pobreza no Brasil apresentou uma queda significativa de 25% em dois anos. De acordo com dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), 6,55 milhões de famílias, o equivalente a 14,17 milhões de pessoas, conseguiram aumentar sua renda acima da linha da pobreza, que é de R$ 218 mensais por pessoa. A análise, divulgada pelo Monitora MDS, ferramenta do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), indica um avanço no combate à desigualdade no país.
Segundo o ministro Wellington Dias (MDS), a melhora é um reflexo da combinação de desenvolvimento econômico e social. “Tiramos o Brasil do Mapa da Fome e as pessoas estão saindo da pobreza, seja pelo trabalho ou pelo empreendedorismo”, afirmou o ministro. A pesquisa, conduzida pela Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad) do MDS, revela ainda um aumento de renda em faixas superiores à da pobreza, confirmando uma melhora mais ampla no mercado de trabalho e nos programas sociais.
Qualificação do Cadastro e Busca Ativa
Um dos fatores que contribuíram para o resultado foi o processo de qualificação do CadÚnico, que agora integra dados sobre a renda formal dos trabalhadores a partir do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). O secretário da Sagicad, Rafael Osório, explicou que a integração de informações reduziu a dependência da autodeclaração, o que diminui o esforço das famílias e melhora a qualidade dos dados para a focalização das políticas públicas.
A gestão do CadÚnico também foi aprimorada com a implementação de uma “busca ativa” para inclusão de novos cadastros e atualização dos já existentes, focando em grupos populacionais específicos, como idosos e pessoas em situação de rua. Além disso, a aplicação de uma nova lei passou a exigir uma entrevista domiciliar para o ingresso de famílias unipessoais no Bolsa Família, o que impulsionou a atualização de 11,5% para 40,2% no primeiro semestre de 2025.