Líderes comunitários e governo da Venezuela defendem resistência contra bloqueio dos EUA
Os Estados Unidos apreenderam, neste sábado (20), um navio petroleiro que havia deixado a Venezuela recentemente. Esta é a segunda interceptação de uma embarcação com combustível venezuelano apenas neste mês, consolidando a escalada de tensões entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.
A operação foi confirmada pela secretária do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem. A ação ocorre poucos dias após o presidente Donald Trump ordenar um bloqueio total de petroleiros sancionados que operam no país sul-americano.
Detalhes da interceptação e o navio Centuries
A embarcação interceptada chama-se Centuries e possui bandeira panamenha. Segundo registros internacionais, o navio já operou sob bandeiras da Grécia e da Libéria nos últimos cinco anos. Apesar da apreensão, o petroleiro não constava inicialmente na lista oficial de embarcações sancionadas pelo Tesouro americano.
A operação foi liderada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos em águas internacionais. Imagens divulgadas pelo governo americano mostram equipes táticas pousando no convés do navio antes do amanhecer. Segundo autoridades dos Estados Unidos, o objetivo é interromper o movimento ilícito de petróleo usado para financiar o que chamam de narcoterrorismo na região.
Reação da Venezuela e acusação de pirataria
O governo da Venezuela reagiu duramente à apreensão, emitindo um comunicado nas redes sociais onde condena o ato. Caracas classificou a interceptação como um ato de pirataria e um sequestro de um navio privado. O governo de Nicolás Maduro afirmou que não deixará a ação impune e pretende formalizar uma denúncia no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Washington, por outro lado, sustenta que o navio faz parte de uma frota fantasma que utiliza táticas como o desligamento de sistemas de rastreamento e transferências de carga em alto-mar para burlar restrições internacionais.
A apreensão do Centuries ocorre em um contexto de aumento da presença militar americana no Mar do Caribe. Nas últimas semanas, o governo dos Estados Unidos tem intensificado patrulhas e operações de interdição marítima. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, declarou que as operações continuarão para desmantelar redes criminais.
A Venezuela, que detém uma das maiores reservas de petróleo do mundo, depende quase inteiramente dessas exportações para financiar suas atividades governamentais. Com o bloqueio intensificado, a economia do país enfrenta novos desafios logísticos e diplomáticos.

