Justiça retoma processo de cassação do prefeito de Sinop por suposto ‘caixa 2’ em campanha

Justiça retoma processo de cassação do prefeito de Sinop por suposto ‘caixa 2’ em campanha

Conteúdo/ODOC – O juiz Walter Tomaz da Costa deu andamento ao processo que pede a cassação do prefeito reeleito de Sinop, Roberto Dorner, por suspeitas de irregularidades eleitorais, como “caixa 2”, compra de votos, uso indevido de servidores e bens públicos, além da omissão de patrimônio. Em decisão proferida nesta quarta-feira (22), o magistrado determinou a restituição do celular de uma informante, após a extração de todos os dados relevantes, e abriu prazo para que as partes apresentem as alegações finais antes da sentença.

A ação foi movida pela coligação Um Novo Rumo para Sinop, liderada pela candidata derrotada Mirtes da Transterra (Novo). O processo teve início em outubro de 2024, após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em um “escritório paralelo” supostamente vinculado ao prefeito. Durante a operação, agentes apreenderam celulares, computadores, documentos e dinheiro em espécie. Na ocasião, uma servidora municipal chegou a ser presa.

Entre as denúncias apresentadas pela coligação estão:

•             Uso irregular de bens públicos: Um prédio alugado pela Prefeitura de Sinop teria sido utilizado para atividades de campanha, o que configuraria desvio de recursos públicos.

•             Compra de votos: Esquemas envolvendo servidores municipais teriam sido organizados para beneficiar Dorner durante o processo eleitoral.

•             Omissão de patrimônio: O prefeito teria deixado de declarar 21 imóveis à Justiça Eleitoral, o que mais do que dobraria o valor de seu patrimônio informado, configurando falsidade ideológica e caixa 2.

•             Uso de servidores públicos na campanha: A coligação acusa Dorner de nomear uma advogada como servidora pública, com salário superior a R$ 15 mil, que teria atuado em sua campanha eleitoral durante o expediente. Além disso, outra advogada vinculada à autarquia municipal PreviSinop também teria participado das atividades de campanha, em desacordo com a legislação.

De acordo com os autos, áudios de WhatsApp registrados no prédio investigado revelariam uma estrutura interna utilizada como escritório de contabilidade e recursos humanos, mas com orientações para que isso não fosse revelado a terceiros. A coligação afirma que o espaço, pertencente à empresa Telebyte Telecomunicações — contratada pela Prefeitura de Sinop por R$ 707 mil para serviços de instalação e manutenção de rede telefônica — teria sido custeado com recursos públicos, configurando caixa 2 de campanha.

A coligação Um Novo Rumo para Sinop solicita a cassação do diploma de Roberto Dorner, sua inelegibilidade e a aplicação de multa por práticas que teriam comprometido a lisura do processo eleitoral.

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