Justiça condena em 136 anos autor da chacina no bar em Sinop em 2023, mas retira indenização às famílias

Justiça condena em 136 anos autor da chacina no bar em Sinop em 2023, mas retira indenização às famílias

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso decidiu manter a sentença de 136 anos de prisão imposta a Edgar Ricardo de Oliveira pela execução de sete pessoas em um bar de sinuca em Sinop, um crime que chocou o Brasil em fevereiro de 2023.

A decisão foi tomada pela Primeira Câmara Criminal em um julgamento virtual, que acolheu parcialmente o recurso da defesa ao anular a indenização de R$ 200 mil estipulada para as famílias das vítimas.

O relator do caso, desembargador Wesley Sanchez Lacerda, rejeitou os principais argumentos apresentados por Edgar, que atualmente cumpre pena na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A defesa alegava irregularidades no julgamento, incluindo possíveis prejuízos causados pela transmissão ao vivo da sessão e a quebra da incomunicabilidade das testemunhas.

O magistrado afirmou que não houve falhas que comprometesse a decisão dos jurados, e as provas apresentadas foram suficientes para corroborar as qualificadoras de motivo torpe e meio cruel, reconhecidas pelo tribunal do júri. Câmeras de segurança registraram toda a ação, evidenciando a frieza e a brutalidade dos réus.

A única mudança na sentença foi a exclusão da indenização por danos morais às famílias, pois os desembargadores entenderam que o Ministério Público não havia feito um pedido formal com valor estimado, tornando a decisão genérica e inválida.

Edgar foi condenado por homicídio qualificado, roubo e furto qualificados. As vítimas do massacre foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josue Ramos Tenorio, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão, que tinha apenas 12 anos.

O crime ocorreu em 21 de fevereiro de 2023. Na manhã do ocorrido, Edgar e seu comparsa, Ezequias Ribeiro, apostaram cerca de R$ 4 mil em partidas de sinuca e perderam. Mais tarde, retornaram ao bar, onde Edgar desafiou novamente uma das vítimas. Após ser derrotado, ele arremessou o taco sobre a mesa e iniciou o massacre: Ezequias sacou uma arma e controlou os presentes enquanto Edgar buscava uma espingarda calibre 12 em sua caminhonete.

Com os clientes encurralados, Edgar disparou contra Maciel e Orisberto, enquanto Ezequias atirava em Elizeu. Getúlio, Josue, Adriano e a menina Larissa também foram atingidos. A adolescente tentou fugir, mas foi baleada pelas costas, e algumas vítimas foram executadas mesmo no chão.

Para o relator do recurso, a pena de 136 anos foi considerada proporcional à “barbárie cometida, à execução pública, ao sofrimento das vítimas e ao impacto na sociedade”.

O coautor do crime, Ezequias Ribeiro, morreu em confronto com a polícia no dia seguinte ao massacre, enquanto Edgar foi preso dias depois e continua cumprindo sua pena, com a condenação mantida em sua maior parte.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Fale conosco