Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, propôs que o Brasil conceda uma “vitória” a Donald Trump para facilitar negociações relacionadas ao tarifaço imposto pelo ex-presidente dos EUA. Em uma palestra para investidores, ele argumentou que Trump busca colecionar vitórias e sugeriu que um gesto do Brasil poderia ajudar nas relações bilaterais.
Ele mencionou a possibilidade de reduzir a dependência de combustíveis russos, como o diesel, e falou sobre investimentos brasileiros nos Estados Unidos como formas de dialogar com a administração americana. Tarcísio acredita que, ao dar essas vitórias, o Brasil poderia reverter tarifas elevadas em setores como máquinas, café e proteína animal.
Embora tenha criticado as ações de Trump, ele não abordou a pressão do ex-presidente sobre o judiciário brasileiro. O governador, que se prepara para a reeleição em 2026, enfrenta críticas por seu alinhamento com Jair Bolsonaro e pela falta de ações mais decisivas em defesa da economia paulista, especialmente em um momento em que os EUA são um mercado crucial para as exportações do estado.
A postura de Tarcísio de Freitas em relação a Donald Trump e suas propostas para melhorar as relações entre Brasil e EUA podem ser comparadas a outras abordagens adotadas por políticos brasileiros, especialmente em relação à diplomacia econômica e política externa.
1. Alinhamento com os EUA
- Tarcísio: Defende uma estratégia pragmática, sugerindo concessões a Trump para desobstruir negociações. Essa abordagem reflete um alinhamento com a visão do bolsonarismo, que prioriza relações próximas com os EUA.
- Jair Bolsonaro: Durante seu mandato, buscou uma aproximação intensa com Trump, promovendo uma agenda alinhada aos interesses americanos, especialmente em questões de segurança e comércio.
2. Crítica ao governo anterior
- Tarcísio: Critica o governo Lula por não ter aberto canais de negociação com os EUA, o que sugere uma postura mais proativa em comparação com a abordagem do governo petista, que, historicamente, priorizou relações com outros blocos, como os BRICS.
- Lula: Sua administração tende a promover uma política externa mais diversificada, buscando parcerias com várias nações, sem se comprometer excessivamente com os EUA.
3. Reação a Tarifas e Sanções
- Tarcísio: Propõe ações para mitigar os efeitos das tarifas, apresentando soluções como a liberação de créditos tributários, mas reconhece que são paliativas.
- Outros Políticos: Alguns líderes, como Fernando Henrique Cardoso, frequentemente abordaram questões comerciais com uma perspectiva mais cautelosa, buscando equilibrar interesses nacionais e internacionais.
4. Investimentos e Comércio
- Tarcísio: Enfatiza a importância de investimentos brasileiros nos EUA como um gesto positivo. Essa estratégia é similar à de outros governantes que buscam fortalecer laços econômicos para beneficiar a economia local.
- Governos anteriores: Muitos também tentaram incentivar investimentos estrangeiros, mas com uma abordagem mais ampla, incluindo a atração de capital de diversas origens.
Conclusão
A postura de Tarcísio reflete uma tendência mais pragmática e alinhada ao bolsonarismo, buscando vitórias rápidas e gestos simbólicos para melhorar as relações com os EUA. Isso contrasta com abordagens mais diversificadas e cautelosas de outros políticos brasileiros, que buscam um equilíbrio nas relações internacionais.