Fundo Imobiliário da Rio Bravo entra com ação de despejo da WeWork de prédio em SP

Fundo Imobiliário da Rio Bravo entra com ação de despejo da WeWork de prédio em SP

A gestora Rio Bravo entrou com ação judicial para pedido de despejo da WeWork, após a empresa deixar de pagar aluguéis de imóvel de um fundo do grupo, o Fundo de Investimento Imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo.

O fundo detém 34,81% do prédio. Sobre o caso, a WeWork afirmou que desconhecem qualquer notificação de despejo e que segue operando em sua totalidade em todos os prédios no Brasil.

“Nossas ações temporárias têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado”, afirmaram.

“Nossos membros continuam sendo nossa principal prioridade e a negociação em andamento não altera nosso compromisso de prestar o excelente serviço que eles esperam”.

Em fato relevante, a Rio Bravo afirma que a WeWork está inadimplente do aluguel de maio, que venceu em 15 de junho, e continuou assim nos outros dois vencimentos, 15 de julho e 15 de agosto.

Curiosamente, a WeWork continua pagando o condomínio e o IPTU.

No início de agosto, a gestão do fundo da Rio Bravo se reuniu com a Alvarez & Marsal, contratada pela WeWork para ajudar a reestruturar sua dívida, para tentar renegociações com os proprietários dos imóveis locados.

“Contudo, a proposta apresentada pela representante da locatária foi muito aquém da qualidade do ativo, sendo rejeitada pelo fundo e os demais proprietários do imóvel”.

Na renegociação do contrato, a WeWork propôs, além de reduzir o valor do aluguel, desmembrar o contrato de locação, que hoje é único, para um contrato para cada bloco do imóvel.

Segundo a Rio Bravo, havia uma redução “substancial” do aluguel e as propostas.

Sem acordo nas negociações, o fundo e os demais proprietários do imóvel contrataram uma assessor legal e entraram com duas ações judiciais, uma de despejo e outra cobrando os aluguéis atrasados.

Crise mundial

Em dificuldade financeira ao redor do mundo, o Estadão/Broadcast noticiou no início de julho que a WeWork no Brasil não escapou dos problemas financeiros, que fez a matriz entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, com dívidas de US$ 18 bilhões.

Ao menos cinco fundos imobiliários relataram a ausência do pagamento pela WeWork no Brasil:

  • Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), que foi o que entrou com a ação de despejo;
  • Santander Renda de Aluguéis (SARE11);
  • Torre Norte (TRNT11);
  • Valora Renda Imobiliária (VGRI11);
  • E Vinci Offices (VINO11).

Juntos, esses fundos têm mais de 200 mil cotistas.

A Rio Bravo ressalta que o imóvel locado pela WeWork na Vila Madalena possui “altíssima liquidez e já foi ocupado por grandes empresas de tecnologia que fazem questão de estar em localizações valorizadas pelos seus colaboradores”. Atualmente, a ocupação do Imóvel é de cerca de 80%.

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