Evento da AASP destaca protagonismo de juristas negras e reforça compromisso com justiça antirracista

Mesa de abertura traz lideranças femininas da Advocacia e reflexões sobre a crescente presença de mulheres em cargos de importância
Com uma programação intensa e diversificada, o Congresso Nacional de Juristas Negras – Vozes de Julho: Tecendo a Justiça contou com especialistas de todo o país para debater igualdade racial, direitos humanos e inovação no Direito sob a perspectiva do protagonismo negro.
O evento foi idealizado pela AASP – Associação dos Advogados e contou com a parceria da OAB-SP, IASP e IBCCRIM. “Mais do que uma parceria institucional, este congresso representa um pacto ético entre instituições que reconhecem sua responsabilidade histórica com a construção de um Direito mais justo, plural e coerente com os princípios constitucionais que nos rege”, comenta Patrícia Anastácio, Conselheira da AASP e coordenadora do Congresso.
A mesa de abertura “Justiça em Movimento: Entidades por um Sistema Antirracista” reuniu lideranças de instituições jurídicas comprometidas com a promoção da equidade racial. Participaram do painel Renata Castello Branco Mariz de Oliveira, Presidente da AASP; Carina Quito, Vice-Presidente do IBCCRIM; Daniela Magalhães, Vice-Presidente da OAB/SP; Diva Zitto, Presidente da CAASP; e Marina Coelho, Vice-Presidente do IASP.
“Nosso compromisso com a equidade racial não termina aqui. Esse congresso é um passo importante em uma caminhada contínua pela democratização da justiça e pela valorização da pluralidade de vozes no Direito brasileiro”, declarou Renata Castello Branco Mariz de Oliveira, Presidente da AASP.
“É fundamental que nos reunamos para falar sobre racismo, sobre mulheres negras, e para celebrar esse Congresso tão necessário. Esta união nos mostra que o racismo só será superado se as instituições caminharem juntas. Precisamos ser a transformação que desejamos ver no mundo”, afirma Daniela Magalhães, Vice-Presidente da OAB.
De acordo com Diva Zitto, Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paul (CAASP), o evento é mais um passo na história das mulheres negras. “Tenho plena convicção que é mais um passo na construção que temos com as juristas negras, porque é só assim, pegando uma na mão das outras, que vamos avançar e estaremos ocupando o lugar que nos é de direito”, explica.
Segundo Marina Coelho, Vice-Presidente do Instituto de Advogados de São Paulo (IASP), o objetivo é fazer com que o pertencimento cresça cada vez mais. “Crescer pela diversidade, crescer para todas as pessoas e que o poder não seja só decidido, que as nossas vidas não sejam só decididas por pessoas que não têm um lugar de fala”, comenta.
Outro grande destaque da programação foi o painel “O Poder da Equidade: Lideranças Negras Transformando o Judiciário”, apresentado por Edilene Lobo, ministra do TSE, Eunice Prudente, professora e jurista e a ministra do TSE, Vera Lúcia Santana Araújo. O debate ressaltou a importância da representatividade em espaços de poder e o impacto das lideranças negras na construção de um Judiciário mais democrático e comprometido com os direitos humanos.
Para além das discussões acadêmicas e institucionais, o Congresso foi espaço de afeto, escuta e articulação política. Rodas de conversa e momentos de networking reforçaram a importância da construção coletiva e do fortalecimento das redes de apoio entre profissionais negras.