EUA sinalizam novas sanções ao Brasil a partir de 21 de julho, dizem aliados de Bolsonaro

EUA sinalizam novas sanções ao Brasil a partir de 21 de julho, dizem aliados de Bolsonaro

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmam ter recebido informações de interlocutores do Departamento de Estado dos Estados Unidos indicando que o governo Donald Trump prepara novas sanções contra o Brasil , com início previsto a partir de 21 de julho de 2025 . As medidas seriam uma resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF) , que autorizou uma ação penal contra Bolsonaro na sexta-feira (18/7).

Revogação de vistos como primeiro passo

Segundo relatos transmitidos a apoiadores de Bolsonaro, a revogação dos vistos de entrada nos EUA para Alexandre de Moraes e outros ministros do STF seria apenas o início de uma sequência de medidas retaliatórias .

“O Brasil terá uma longa semana a partir do dia 21”, teria afirmado um integrante do governo dos EUA, segundo fontes ligadas ao bolsonarismo.

As sanções em estudo incluiriam:
  • Aumento de tarifas comerciais de 50% para 100% em produtos brasileiros
  • Ações conjuntas com a OTAN para ampliar a pressão diplomática
  • Restrições ao uso de tecnologias estratégicas , como satélites e sistemas de GPS
  • Enquadramento de Moraes e outros ministros do STF na Lei Magnitsky , que permite sanções financeiras e de mobilidade internacional a indivíduos acusados de violações de direitos humanos ou corrupção
Declarações de Trump aumentam tensão

O clima entre os dois países piorou após declarações atribuídas a Donald Trump , segundo as quais a decisão de Moraes seria uma “declaração de guerra” contra ele e os Estados Unidos. O presidente norte-americano teria dito que “todas as opções estão sobre a mesa” , indicando uma possível escalada das medidas.

EUA recusam contato diplomático do Brasil

O Departamento de Estado dos EUA teria recusado um pedido de contato direto feito pela embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti , após a revogação do visto de Moraes e outros ministros. O posicionamento teria sido interpretado como uma recusa formal à tentativa de diálogo da diplomacia brasileira.

Segundo o analista internacional da CNN Brasil, Lourival Sant’Anna , que apurou a informação com fontes diplomáticas, o governo dos EUA considerou a iniciativa brasileira “tardia” . A resposta teria sido direta: “too late” , ou “tarde demais” , em tradução livre.

A insatisfação norte-americana teria como base a falta de esforços do Brasil em estabelecer canais diplomáticos desde o início do ano, algo negado pelo Itamaraty , que informou ter enviado uma carta formal em 16 de maio , sem obter resposta até o momento.

Contexto de crise diplomática

A crise entre Brasil e Estados Unidos tem como pano de fundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes de processar Jair Bolsonaro por supostas tentativas de interferência no sistema eleitoral brasileiro e por articulação internacional para pressionar o Supremo .

A reação de Washington foi imediata, com a revogação de vistos e sinalizações de retaliação econômica e tecnológica , em um movimento que, segundo especialistas, pode ter impacto direto no comércio bilateral e na cooperação estratégica entre os países.

Repercussão e próximos passos

O Brasil, que mantém com os EUA relações comerciais bilaterais que ultrapassam US$ 41,7 bilhões no primeiro semestre de 2025 , agora enfrenta o risco de uma escalada protecionista que pode afetar setores como agropecuária, indústria e tecnologia .

A Amcham Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já haviam alertado sobre os riscos do atual modelo de tarifas de 50% , que entraram em vigor em 1º de agosto. Agora, com a possibilidade de aumento, o setor produtivo nacional teme prejuízos ainda maiores para o comércio exterior e a competitividade brasileira .

O Itamaraty e o Ministério da Fazenda estão em alerta, com reuniões técnicas em andamento para avaliar respostas diplomáticas e econômicas . O objetivo é evitar a escalada de sanções e manter o diálogo com autoridades norte-americanas e parceiros internacionais.

 

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