Desembargador Perri discorda de prefeito Abilio e defende que distribuição de marmita a moradores de rua continue

O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, manifestou sua discordância em relação à posição do prefeito Abilio Brunini (PL), que decidiu cortar o fornecimento de 600 marmitas destinadas a moradores em situação de rua.
Nesta sexta-feira (17), Perri e Brunini realizaram uma visita à Rodoviária de Cuiabá e ao Beco do Candeeiro para discutir questões relacionadas à situação da população vulnerável na capital. Perri enfatizou que não é possível resolver o problema simplesmente eliminando as necessidades básicas dessas pessoas. “Acreditar que conseguiremos afastá-las por meio da supressão de alimentos e de qualquer suporte oferecido pela administração pública é um erro. Essas pessoas têm um forte apego ao seu espaço”, declarou.
O desembargador também apontou a necessidade de abordar as causas subjacentes do problema: “Se a droga é um dos fatores, devemos investigar o que levou essas pessoas a esse caminho. Não podemos nos limitar a tratar os sintomas, mas sim buscar soluções para as causas das dependências.”
Por outro lado, o prefeito Brunini reiterou seu compromisso em ajudar a população em situação de rua, mas com uma abordagem que vise a desconstrução da permanência nas ruas. “Estamos gastando 600 marmitas diariamente, mas isso não está ajudando essas pessoas a saírem dessa situação, que se assemelha a um suicídio coletivo. Precisamos oferecer suporte para que elas deixem as ruas, não para que se sintam confortáveis em permanecer nelas”, afirmou o prefeito.
Brunini também mencionou a implementação de medidas mais rigorosas, como a instalação de câmeras para identificar traficantes e a limpeza de áreas degradadas. “Não posso aceitar a existência de um estado paralelo em Cuiabá”, concluiu.
Redação JA/ Foto: Reprodução