Dartora reafirma compromisso com a luta contra o racismo estrutural

Deputada destacou que a reconstrução do Brasil passa pela mão e pelas vozes das mulheres negras que não vão aceitar mais silenciamento e retrocesso
“Neste mês de julho, nós mulheres negras reafirmamos o nosso lugar como sujeitas políticas da reconstrução do Brasil”. A afirmação é da deputada Carol Dartora (PT-PR), que usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (8/7) para lembrar que estamos no Julho das Pretas, “que denuncia e anuncia o racismo estrutural, a violência machista, a pobreza, o apagamento que nos atravessa, e anuncia a luta, a resistência e os projetos de um futuro antirracista e justo para todas as pessoas”.
Nesta perspectiva, informou a deputada, ela está realizando em Curitiba o evento Pretas Acadêmicas, que tem a intenção de visibilizar a trajetória, a produção científica e o conhecimento das mulheres negras.
“Neste Julho das Pretas também reafirmamos que a reconstrução do Brasil passa pela mão e pelas vozes das mulheres negras que não vão aceitar mais silenciamento e retrocesso. A gente não pode continuar com esse apagamento, com essa negação dos direitos daqueles que constroem o Brasil todo dia, que têm uma luta diária para produzir em suas vidas”, afirmou Carol Dartora.
Violação de direitos humanos
Ela citou a presença, em plenário, do vereador da Lapa (PR), Bruno Bux, que veio a Brasília denunciar a violação de direitos humanos que as comunidades quilombolas da Lapa têm sofrido em decorrência de um pedágio que foi lá colocado em desrespeito à Convenção nº 169 da OIT e que prejudica várias comunidades quilombolas e também todo o Distrito de Mariental.
“Lá, nessa comunidade, as pessoas têm perdido o seu direito de ir e vir porque o pedágio que lá está divide a cidade das comunidades. Inúmeras pessoas têm que pagar pedágio todo dia para acessar direitos básicos, como, por exemplo, ir para a escola, para o posto de saúde”, criticou.
IOF
Carol Dartora relembrou ainda que na semana passada a Câmara tomou uma decisão grave ao revogar os decretos do governo federal que aumentavam o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre grandes operações financeiras. “Votamos contra a revogação porque defendemos a justiça fiscal, porque quem tem mais tem que pagar mais. Não podemos continuar vivendo em um país onde os pobres pagam proporcionalmente mais impostos do que os super ricos”, afirmou.
Para Dartora, o que está em disputa é qual Brasil queremos reconstruir. “O Brasil dos privilégios e da concentração de renda tem que acabar. E queremos construir o Brasil da justiça social e da democracia racial”, reiterou.