CDL Cuiabá critica aumento do IOF e instabilidade nas decisões fiscais do governo

Para o presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam, o cenário de incerteza atrapalha o planejamento das empresas e compromete a confiança dos empresários. “Não é aceitável anunciar aumentos de impostos, voltar atrás horas depois e publicar novas alterações durante a madrugada. A economia precisa de previsibilidade, e as empresas precisam de segurança para manter investimentos e empregos”, afirmou.
Um dos pontos mais criticados pela CDL Cuiabá é o aumento do IOF sobre operações com cartões de crédito e débito internacionais, cartões pré-pagos e cheques de viagem, que passou de 3,38% para 3,5%.
A medida atinge diretamente consumidores e empresas, em um momento delicado da economia brasileira, com inadimplência elevada. Em Mato Grosso, segundo dados deste mês do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 1,224 milhão de pessoas estão inadimplentes, o que representa 46,93% da população adulta do estado.
Outro ponto criticado pela CDL Cuiabá é a tentativa de alteração repentina da tributação sobre remessas para investimentos e aplicações de fundos no exterior. Embora revista parcialmente, a iniciativa demonstra, segundo Macagnam, que o governo federal “está improvisando” com a política fiscal. “Essa instabilidade afeta a imagem do país e a credibilidade junto ao mercado”.
A CDL Cuiabá reforça que mudanças tributárias precisam ser feitas com diálogo prévio e planejamento responsável, respeitando o ambiente de negócios e a estabilidade econômica. “Decisões fiscais tomadas sem critério, e em um cenário já fragilizado pela alta inadimplência, só aumentam a insegurança de quem produz, gera empregos e movimenta a economia”, argumentou o presidente.