Brasil tem pouca margem para negociar tarifas com Trump, diz ex-embaixador
O ex-embaixador do Brasil em Washington e Londres, Rubens Barbosa, avalia que o país terá que enfrentar uma difícil disputa comercial com os Estados Unidos, destacando a necessidade de uma abordagem pragmática e não ideológica.
Segundo Barbosa, o Brasil tem pouca margem para negociar, mas precisa se ajustar às regras impostas pelo governo americano. “Não tem saída, o mundo mudou, as regras mudaram”, afirmou o diplomata ao WW Especial.
Nesta semana, Donald Trump anunciou novas taxas ao aço e alumínio, além de tarifas recíprocas contra países que tributam os Estados Unidos. A medida não entrará em vigor imediatamente, como uma medida intencional para dar tempo aos países que devem ser impactados negociar novos termos comerciais com os americanos.
Novo consenso de Washington
O ex-embaixador destaca a formação do que ele chama de “novo consenso de Washington”, contrastando com o antigo conceito.
“É algo aposto ao primeiro consenso de Washington, onde os Estados Unidos e o presidente Trump estão traçando as regras para o resto do mundo, e o Brasil vai ter que se ajustar a isso“, explica.
Barbosa enfatiza a importância do Brasil no cenário internacional, descrevendo-o como “um país com uma potência média regional” que mantém relações comerciais significativas com os Estados Unidos, Europa e Ásia.
Para lidar com essa nova realidade, o ex-embaixador recomenda que o governo brasileiro estabeleça canais de comunicação com a nova administração americana. Isso inclui o envio de autoridades a Washington e o uso da embaixada brasileira para conduzir negociações.
