Aliados criticam prisão e ‘Gordinho do Bolsonaro’ dispara: “passou todos os limites”
Preso preventivamente na manhã deste sábado (22), por violações ao uso de tornozeleira eletrônica, Jair Bolsonaro ainda encontra apoio em alguns aliados em Mato Grosso do Sul, como em sua ex-ministra da agricultura, Tereza Cristina, e em nomes menores do cenário político local.
Ex-titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil durante a gestão de Bolsonaro, a campo-grandense membro do Partido Progressistas (PP) usou as redes sociais para “lamentar profundamente” a prisão preventiva de Jair Messias.
Para Tereza Cristina, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e cumprimento do mandado de prisão foram uma ação “inesperada e abusiva”.
“Uma sequência de arbitrariedades. Todos sabemos da fragilidade de sua saúde. Minha total solidariedade a ele e sua família. É fundamental que o devido processo legal seja rigorosamente respeitado. O Brasil precisa de segurança institucional; não de mais instabilidade – e de respeito, sempre, aos direitos e garantias constitucionais. Força presidente Bolsonaro!”, disse ela em complemento.
Além dele, o deputado federal Rodolfo Nogueira, que em seu apelido “Gordinho do Bolsonaro” carrega junto de si a imagem de Jair Messias, não deixou de mostrar a sua fidelidade ao ex-presidente condenado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por liderar uma organização criminosa em uma tentativa de golpe de Estado para se perpetuar no governo.
Em uma primeira postagem, o ‘Gordinho do Bolsonaro’ disparou que: “a perseguição desse ditador passou de todos os limites”, na publicação onde compartilhava a manchete do canal CNN Brasil, afirmando abaixo que o ex-presidente teria sido preso “por causa de uma vigília de oração”.
Cerca de uma hora depois, Rodolfo voltou a se manifestar com as alegações de que Bolsonaro estaria debilitado: “sofre de fortes soluços e refluxos a quase 2 dias, e prendendo Bolsonaro nessa situação só existe um motivo, ELIMINAR!”, disse.
Para Rodolfo, Bolsonaro não foi pego com dinheiro na cueca, com sítio em Atibaia nem triplex de luxo, mas foi preso pois “não se dobrou ao sistema”.
“Não se corrompeu, não vendeu o Brasil. Hoje, num sábado de manhã, quando o Congresso está desmobilizado e justamente no dia 22, o ministro Alexandre de Moraes desdenha da justiça e, realmente, traz um peso muito grande sobre o Brasil com a prisão do presidente Bolsonaro… injusta. Uma condenação que tirou o devido processo legal, colocou um homem sério e justo nas grades por opção ideológica”, diz.
Ele completa sendo categórico na fala de que “isso não vai acabar assim. Deus é justiça e vai fazer sobre o Brasil. Presidente, aguenta firme, estamos contigo”, concluiu.
Cenário local
Nomes de menor influência no cenário nacional, porém com suas determinadas representatividades na política local, como do vereador Rafael Tavares, por exemplo, também fizeram questão de mostrar sua indignação, tal qual o parlamentar na Câmara de Campo Grande pelo Partido Liberal que deixou seus votos de força e coragem.
Como se não bastasse um primeiro ‘storie’ compartilhando a manchete do Portal Metrópoles sobre a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, com a frase “Força, Capitão. Estamos com você”, Rafael Tavares se prestou à gravar um vídeo em defesa do ex-presidente, publicado em seu perfil com a legenda: “Não há mal que dure para sempre” acompanhado do desejo de que Messias seja “forte e corajoso”.
Em quase dois minutos de fala, Tavares discorre que a prisão neste sábado acontece de forma simbólica pois, segundo o vereador, semelhante à multa de R$22 milhões ao PL, acontece em data que faz alusão ao Partido Liberal.
“A justificativa é de que Bolsonaro iria fugir, é de que estavam organizando uma vigília de orações na frente do condomínio do Bolsonaro e por isso ele deve ser preso”, afirmou Rafael Tavares, alegando que o ex-presidente está sendo alvo de perseguição política.
Rafael Tavares complementa dizendo que a esquerda irá cair “mais rápido do que imaginam”, alegando que os motivos que levaram Bolsonaro e Lula à cadeia são diferentes, argumentando que Jair Messias “não roubou ninguém”.
O deputado federal douradense, Marcos Pollon (PL), também se posicionou contrário à prisão de Bolsonaro, o que chamou de “estapafúrdia, exclusivamente política e com requintes de crueldade”, afirmando em nota que não haveria nada de jurídico na decisão.
Pollon cita que não há fundamentos jurídicos para a prisão de Bolsonaro, além de, segundo ele, não haver um relatório do suposto rompimento da tornozeleira eletrônica.
“O que se vê é uma decisão premeditada, criada em cima de uma mentira exclusivamente para dar narrativa a esse processo show. Não há nada jurídico. É uma tentativa de assassinato de reputação. A prisão de Bolsonaro é um símbolo. Estão atacando o Brasil. É o recado ao cidadão comum que nós não merecemos ter esperança”, disse.
Entenda
Jair Messias Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF – pelo placar de 4×1 – em setembro deste ano, a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por liderar uma organização criminosa em uma tentativa de golpe de Estado para se perpetuar no governo.
Neste sábado (22), Bolsonaro foi levado até a Superintendência da Polícia Federal (PF), ficando em uma sala de Estado, espaço que é reservado para autoridades como presidentes da República e outras altas figuras públicas.
Pelo entendimento recento do STF, segundo o ministro Alexandro de Moraes, Jair Bolsonaro violou uso de tornozeleira eletrônica e tinha “elevado risco de fuga”, na decisão em que determinou prisão do ex-presidente neste sábado, 22.
A decisão pela prisão do ex-presidente, vale citar, ainda não marca o início do cumprimento da pena de reclusão.
