Empresa envolvida em fraude de R$ 10 milhões tentou novo contrato público

Juiz negou que empresário implicado na Malebolge contratasse novamente com o poder público
Investigada por envolvimento em fraudes de R$ 10 milhões na Educação e Saúde nas cidades de Água Clara e Rochedo, a empresa I.A. CAMPAGNA JUNIOR & CIA LTDA (CNPJ 06.298.377/0001-55) tentou autorização judicial para continuar fazendo contratos públicos.
No entanto, pedido foi negado pelo juiz Rafael Gustavo Mateucci Cassia, da Vara de Rio Negro, onde tramita o processo referente às fraudes em Rochedo.
O empresário Izolito Amador Campagna Júnior foi preso preventivamente em fevereiro deste ano, quando o Gaeco deflagrou a Operação Malebolge, que revelou desvio de R$ 10 milhões na merenda escolar e uniformes das duas cidades.
Ele é acusado de se beneficiar de contratos mediante fraudes em licitações, após pagar propina a servidores.
A soltura ocorreu após decisão do STJ, em julho. Além da proibição de contratar com o poder público, Izolito e demais acusados também ficaram proibidos de manterem contato entre si ou com testemunhas da ação.
Desvios de R$ 10 milhões
As investigações apuraram um esquema de desvios de R$ 10 milhões na saúde e educação nos municípios de Rochedo e Água Clara, ambos administrados pelo PSDB.
Todos eles foram presos em 18 de fevereiro, na deflagração da Operação Malebolge. Chegaram a ser soltos no início de março, após conseguirem liminar no TJMS (Tribunal de Justiça de MS). Entretanto, a decisão acabou revogada depois pela 3ª Câmara Criminal.
O Jornal Midiamax tentou contato com o prefeito de Rochedo, Arino Jorge (PSDB), para questionar sobre o afastamento dos servidores. Porém, até esta publicação, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Consta no Portal da Transparência de Rochedo que Fernando e Renato mantinham cargo em comissão de assessoramento até janeiro. Entretanto, a partir de fevereiro (mês da operação), ambos foram remanejados para o cargo de assistência de administração, na Diretoria de Almoxarifado e Patrimônio.
Operação Malebolge
Segundo nota oficial, o grupo especial do MPMS apontou que empresário comandava esquema de fraudes em contratos ultrapassando os R$ 10 milhões, nos municípios de Água Clara, administrado por Gerolina Alves (PSDB), e Rochedo, cujo prefeito é Arino Jorge (PSDB).
Assim, as investigações apontaram que o esquema contava com pagamento de propinas a servidores para fraudar licitações, principalmente na área da Educação.
Por fim, “Malebolge”, termo que dá nome à operação, é uma referência à Divina Comédia, obra clássica de Dante Alighieri, que descreve a jornada de um homem pelos reinos do inferno, purgatório e paraíso.
Dentro do inferno, o “Malebolge” é a região onde punem os fraudadores e corruptos conforme a gravidade de seus pecados.