Lula diz que ministros do STF foram atingidos por mais uma medida arbitrária do governo dos EUA

Lula diz que ministros do STF foram atingidos por mais uma medida arbitrária do governo dos EUA

Ministra destacou viver momento de profunda decepção ao presenciar agentes públicos com interesses pessoais acima do país

Ministra do Planejamento e Orçamento, a sul-mato-grossense Simone Tebet defendeu a soberania brasileira frente às investidas dos Estados Unidos e disse que a família Bolsonaro disse “dane-se” ao povo brasileiro, declarações ao portal ICL Notícias nesta sexta-feira (18).

Natural de Três Lagoas, criticou ações de interferência internacional, especialmente por parte dos Estados Unidos, que estariam sendo apoiadas por “um deputado federal brasileiro”, filho de um ex-presidente da República, referência indireta a Eduardo Bolsonaro, que licenciou-se de seu mandato em São Paulo e segue nos Estados Unidos.

“Vejo tudo com muita tristeza”, disse a ministra, ao lamentar o atual cenário político brasileiro. Afirmou que com mais de 30 anos de experiência na vida pública, vive um momento “de profunda decepção” ao presenciar agentes públicos colocando interesses pessoais acima do país.

“Quando alguém coloca seu projeto pessoal e dane-se o país, ele está dizendo dane-se o povo brasileiro, dane-se os empregos, dane-se a miséria”, afirmou Simone, que classificou a medida como um “extremismo de direita”.

A crítica de Tebet tem como pano de fundo uma série de medidas econômicas adotadas pelos Estados Unidos, como o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros.

Para a ministra, não se trata de uma disputa comercial legítima, mas de uma imposição ideológica de uma potência global, com o objetivo de forçar o Brasil a se alinhar a uma determinada visão de mundo.

“É a maior potência do mundo colocando seu poderio econômico à mercê de um projeto ideológico”, disse.

A ministra também citou o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o PIX, como um dos alvos indiretos dessa pressão.

Segundo ela, o PIX tem incomodado empresas americanas de cartões de crédito por ser uma alternativa eficiente e acessível, gerando reações hostis sob o pretexto de concorrência desleal. “O PIX é nosso. O que eles têm a ver com o PIX, se ele nem é usado nos Estados Unidos?”, questionou.

Um exemplo citado por Tebet foi o caso da rua 25 de Março, polo comercial popular em São Paulo, apontado por autoridades estrangeiras como símbolo de comércio desleal.

Para a ministra, essa acusação ignora a importância econômica e social da região, que gera milhões de empregos diretos e indiretos. “Se houver um ou outro ponto de pirataria, cabe à Polícia brasileira e à Justiça brasileira investigar. Não a outro país”, defendeu.

Ao final do pronunciamento, Tebet fez um apelo à mobilização popular em defesa da soberania nacional. “Isso é caso de levante nacional. É o caso do povo brasileiro dizer: a bandeira brasileira é nossa. Esse território é nosso. Quem tem soberania e pode dizer o que é certo ou errado somos nós.”

No fim, reiterou a confiança nas instituições democráticas do Brasil e rejeitou qualquer tentativa de imposição externa sobre decisões internas do país. “Temos leis firmes e fortes que se aplicam a qualquer pessoa, homem ou mulher, que atente contra as instituições brasileiras”, concluiu.

O discurso se atrela a uma posição de firmeza do governo federal frente à crescente tensão com setores da extrema-direita nacional e internacional.

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