Governo e Congresso não chegam a acordo sobre IOF no STF

Reunião mediada pelo STF termina sem entendimento entre os poderes sobre a validade do decreto que retira isenções de bancos no IOF
A audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (15), mediada pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), entre representantes do governo federal e do Congresso Nacional, terminou sem acordo sobre a validade do decreto presidencial que retira isenções concedidas a instituições financeiras no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Sessão fechada e sem definição imediata
A reunião ocorreu a portas fechadas e sem transmissão ao público. Participaram da sessão representantes da Presidência da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU), entre outros órgãos envolvidos.
Apesar da mediação, não houve avanço concreto no entendimento entre os lados. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, suspendeu previamente todos os decretos relacionados ao tema e deve analisar o mérito do processo após a conclusão da audiência.
Disputa envolve isenções fiscais e repercussão pública
O impasse envolve o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que revogou isenções do IOF concedidas a bancos. O Congresso Nacional derrubou o decreto em sessão na semana passada, reacendendo o debate sobre a autonomia dos Poderes e o impacto fiscal da medida.
A discussão ganhou repercussão nas redes sociais, com o termo “Congresso da Mamata” sendo amplamente utilizado por internautas contrários à manutenção das isenções. Parlamentares, por sua vez, têm utilizado veículos da imprensa tradicional para responder às críticas.
Ministra intercede por respeito entre os Poderes
Diante do aumento da tensão, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), manifestou-se publicamente na última quarta-feira (9), pedindo respeito ao Parlamento e destacando a importância do diálogo entre os Poderes.
Processo envolve ações de múltiplos partidos
O conflito resultou em diversas ações judiciais. Além da ação do Executivo, partidos como o PL, o PSOL e outras nove legendas também apresentaram petições ao STF. A soma desses processos motivou a suspensão dos efeitos dos decretos até que o ministro responsável conclua a análise do caso.