SUS disponibiliza dois novos tratamentos para endometriose em 2025

SUS disponibiliza dois novos tratamentos para endometriose em 2025

Novas opções terapêuticas visam melhorar qualidade de vida de mulheres que sofrem com a doença, que afeta uma em cada dez brasileiras

O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer, em 2025, dois novos tratamentos para a endometriose , condição que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil , o equivalente a aproximadamente 15% da população feminina do país . A inclusão faz parte de um esforço de atualização tecnológica e ampliação do acesso a terapias mais eficazes.

O que é a endometriose?

A endometriose é caracterizada pelo crescimento anormal do tecido que reveste o interior do útero (endométrio) em locais fora da cavidade uterina, como os ovários, trompas de Falópio e até mesmo na cavidade abdominal . Essa condição pode causar:

  • Dores intensas , especialmente durante a menstruação e relações sexuais;
  • Infertilidade , em alguns casos;
  • Sangramento irregular ;
  • Em cerca de 20% dos casos , pode ser assintomática , dificultando o diagnóstico.
Expansão do tratamento no SUS

Até então, o SUS já ofertava opções de tratamento clínico e cirúrgico, incluindo:

  • Terapia hormonal (progestágenos e contraceptivos);
  • Uso de analgésicos e anti-inflamatórios;
  • Procedimentos cirúrgicos, como videolaparoscopia, laparotomia e histerectomia.

A partir de portarias publicadas nos dias 29 e 30 de maio de 2025 , foram incorporados ao SUS dois novos métodos:

1. Dispositivo Intrauterino Liberador de Levonorgestrel (DIU-LNG)
  • Trata-se de um dispositivo em forma de “T”, inserido no útero.
  • Libera levonorgestrel , um progestagênio sintético, diretamente no endométrio.
  • Promove o afinamento do tecido uterino , reduzindo sangramentos e dores.
  • Tem duração de até cinco anos .
  • Apresenta baixo impacto sistêmico , por liberar menos hormônio na corrente sanguínea.
2. Desogestrel
  • É um progestagênio de terceira geração , administrado via oral.
  • Age suprimindo a ovulação e bloqueando os hormônios LH e FSH , responsáveis pela produção de estrogênio.
  • Contribui para a redução da inflamação uterina e a atrofia das lesões ectópicas .
  • Foi desenvolvido para minimizar efeitos colaterais em comparação com gerações anteriores de progestágenos.
Contexto epidemiológico e aumento no atendimento

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2022 e 2024 , o número de atendimentos por endometriose no SUS aumentou 70% , totalizando 85,5 mil registros na rede pública. Esse crescimento reflete maior conscientização , melhora no diagnóstico e fortalecimento das políticas públicas voltadas à saúde da mulher .

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha , destacou que a incorporação desses novos tratamentos resulta de uma análise rigorosa conduzida pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) , com base em evidências científicas sólidas .

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