Tereza comanda reação no Congresso Nacional contra aumento de impostos

A senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina, líder do PP no Senado e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Casa de Leis, faz parte das lideranças da Federação União Progressista, formada pelo PP e pelo União Brasil, na reação dentro do Congresso Nacional contra o aumento de impostos que não seja precedido de cortes de despesas por parte do governo federal.
Essa nova frente política foi criada após as discussões sobre a proposta alternativa do governo ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Esse governo parece viver em uma eterna sexta-feira 13, ou seja, toda semana edita uma nova medida que assusta quem produz, investe e trabalha. Agora querem aumentar os impostos sobre a cesta básica, os insumos agrícolas e os investimentos populares. Isso não é justiça fiscal, é irresponsabilidade”, declarou a parlamentar, nesta sexta-feira.
Na análise de Tereza Cristina, já passou da hora de o “governo Lula 3 [PT] apresentar um corte estrutural de despesas”.
“O brasileiro não aguenta mais pagar a conta da gastança. Taxar, taxar e taxar não pode ser e não será nunca a saída. Por isso, a União Progressista fechou questão no Congresso contra o aumento de impostos”, reforçou.
Ela explicou que essa decisão será oficializada após reunião com toda a bancada da federação nas duas Casas, mas a definição já conta com o apoio integral dos parlamentares das duas legendas.
“A solução para a nossa economia é cortar gasto, e não aumentar os impostos”, argumentou.
Os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, Antonio Rueda, também fazem parte da mobilização da federação contra o aumento de impostos por parte do governo Lula.
“Estamos tratando um limite, uma risca de giz no chão, de quem é contra e quem é a favor ao aumento de impostos em nosso país”, definiu Nogueira, enquanto Rueda reforçou o posicionamento de que taxar a população não pode ser a solução para o problema nas contas do governo.
“Só aceitaremos examinar qualquer discussão fiscal se a coluna das despesas estiver no centro do debate”, garantiu.
LCA
A senadora criticou o fato de o governo Lula não priorizar “o setor que carrega a economia e, a 20 dias do anúncio do novo Plano Safra, vir com essa pegadinha das LCAs [Letras de Crédito do Agronegócio], que prejudica sim o financiamento do agro, pois, no último Plano Safra, elas responderam por 43% do total financiado”.
Na avaliação da parlamentar, as ameaças de taxação a fundos que financiam o Plano Safra são muito ruins.
“Já ia ser um Plano Safra muito difícil, por conta do problema estrutural do governo, que não quer parar de gastar e que precisa, toda vez, mesmo tendo arrecadado mais de R$ 300 bilhões de receitas extras, de dinheiro para gastar sabe Deus onde”, afirmou.
Ela argumentou que, como não emplacou o IOF, que é um imposto regulatório, e não de arrecadação, o governo federal veio com outras medidas.
“Com a cobrança de 5%, a LCA deixa de ficar atrativa, portanto, diminui o volume de recursos [para o crédito rural] nessa modalidade. Dizer que não impacta o Plano Safra não procede, porque a LCA é uma das três principais fontes. Queremos ser parceiros do ministro da Agricultura, porque ele vai ser o principal impactado por essa situação”, alertou.
Para concluir, Tereza Cristina avaliou ainda que as dificuldades das próximas safras podem levar a uma perda de produtividade.
“Várias coisas podem acontecer, mas realmente hoje nós temos uma dificuldade [maior]: o custo de juros de mercado, que chegam hoje a 22%, de 19% a 22%, isso é inviável para a agricultura. E sem o seguro rural, mais difícil ainda. Então, podemos ter sim uma quebra de produtividade”, pontuou.